Monday, October 30, 2006

No fundo de uma caixa

"VENEZUELA Caracas 17 de Julho 1978
FESTA DA NOSSA SENHORA DA SAÚDE"
Começa assim uma carta do meu pai à minha mãe, que por razões óbvias não vou transcrever.
O papel está amarrotado, mas em bom estado de conservação, as letras pequeninas bem visíveis e mais uma vez espanto-me que já tenham passado 20 anos desde que morreu.
Nos últimos parágrafos dirige-se aos filhos. A mim diz: "Carlinha meu coração umas Festas Felizes um abraço do teu paizinho e muitos Beijinhos Adeus Amor".

Friday, October 27, 2006

Do que gosto mesmo

é de me rir. E o 'me', aqui, faz toda a diferença.

Ainda a inveja

Não deixa de ser curioso que quase uma semana depois de levantar a questão, andem todos prá aí a falar do mesmo. Ele é o Ferreira Fernandes na Sábado, o Luís Filipe Borges no Revolta dos Pastéis de Nata. Deve ser o tal consciente colectivo.

Wednesday, October 25, 2006

A propósito de um comentário

lembrei-me dos sete pecados mortais, tal como aprendi na catequese (aquelas cantilenas em jeito de mantra eram demais):

1.º sobêrba
2.º abarêza
3.º luxúria
4.º ira
5.º gula
6.º imbéja (na minha terra não dizíamos 'imbeija', como no Porto)
e
7.º preguiça
Contra os sete pecados há sete virtudes
contrá sobêrba humildade
contrá abarêza liberdade (liberalidade, claro, mas ninguém se dava ao trabalho de corrigir)
contrá luxúria castidade
contrá ira paciência
contrá gula temperança
contrá a imbéja caridade
e
contrá a preguiça diligência

Friday, October 20, 2006

Já tinha dito

que me estava a tornar fascista? ah, o.k, era só para confirmar.

A inveja

é uma coisa que me intriga - antes de continuar devo dizer que é evidente que sinto inveja muitas vezes, ou algumas, vá.
Já ouvi várias vezes e de variadíssimas pessoas que a inveja é o maior mal deste país, mas nunca, nunca mesmo, ouvi alguém dizer que sim senhora, sou invejoso, pronto, é um defeito que tenho, há quem coma catotas do nariz, sei lá.

Wednesday, October 18, 2006

Há quem lhe chame maturidade

Eu acho que é o fascismo a apoderar-se de nós.
Antes acreditava que a políca (de uma maneira geral) era uma corja de ignorantes que não devia usar armas. Agora dou por mim a pensar que se os moços existem para manter a ordem devem fazê-lo e que matar alguém durante uma perseguição são coisas que acontecem.
Antes dizia que o Estado tem obrigação de zelar pelos interesses da sociedade. Agora digo que os cidadãos não podem estar à espera que a tutela lhes resolva todos os probelmas e que a sociedade civil tem que se mexer e acabar de uma vez por todas com o discursos do "tão coitadinhos que nós somos".
Antes dizia que não queria ler a bruxa da areosa. Agora apetece-me comprar todos os livros dela.

Monday, October 16, 2006

Acreditem

Não vale a pena dizer o que ocupa os meus pensamento. Trust me. Posso só acrescentar que vagueiam pela vida íntima da Câncio e do Sócrates (sim, quero lá saber das taxas de internamento e da carreira dos professores, interessa-me é se eles fodem, ou não); pelo melhor dia para ir à depilação e a quantidade de merdas que tenho para fazer para tornar a minha casa uma "home sweet home".
Bons tempos em que me preocupava com a pobreza e a ingnorância, ou o tratamento de águas resíduais e das lamas das ETARs e com os OGMs, claro. Ah, e a perda de biodiversidade.

Thursday, October 12, 2006

Ou é um daqueles dias

em que a febre do feno ataca violentamente as salas de cinema, ou o filme "Little Miss Sunshine" (Uma Familia à Beira de Um Ataque de Nervos) é profundamente comovente.

Wednesday, October 11, 2006

Estou em completo, total e absoluto estado de choque

Criança de cinco anos para mãe durante o jantar: "sabes mamã, o joel tem uma namorada que é a prima e pôs a língua no pipi dela e ela pôs a língua na pilinha dele, que nojo, já viste?" e a mãe, que já viu coisas dessas claro, mas nunca em crianças de cinco anos, fica verde, amarela e castanha, em estado de pânico, a fazer mentalmente uma ronda pelos infantários mais próximos para a mudar de escola (tudo numa fracção de segundos), responde: "ai é? que coisa mais estranha!! (como se ela tivesse a contar uma banalidade qualquer)". Mas a coisa piora: " e o joel disse que já tinha visto pessoas grandes a fazer isso (volta a repetir a história do pipi e da pilinha, mas com o pormenor de que fazem xixi na boca - e isto deve ter sido ela a acrescentar, porque afinal é para isso que servem as ditas anatomias, pelo menos para ela) e depois começam a fazer ginástica". E a mãe, ainda verde castanha e amarela, continua: " ai é, que coisas estranhas que ele vê na televisão". "Pois é", diz a criança e acrescenta: "Acho que foi no telejornal".
Ora, isto tudo teria muita piada, daquelas de uma pessoa se atirar para o chão, se tudo não se tivesse passado há uns minutos atrás, aqui em minha casa, com a minha filha.

Monday, October 09, 2006

Hoje recebi um postal do Japão

e fiquei muito contente. Afinal vale a pena aguentar certas coisas para ganhar uns trocos com a perspectiva de um dia vivenciar experiências como as que estão no dito postal. Arigato.

Tuesday, October 03, 2006

Soltas

"E depois aconteceu a terra"* foi a melhor explicação que ouvi até hoje sobre o aparecimento do planeta.

Gostava de ter um terminal ligado ao cérebro quando estou a dormir. Tenho a impressão que já fiz grandes descobertas que podiam ter muito interesse para a humanidade, mas depois não me recordo.

Queria muito rever a Candy Candy

*Bea dixit